Há vagas
Para quem quer vagar
Venha divagar devagar
Em vão,
Eu teimo em falar
Daquilo que não é pecado,
Mas, pelos meus poros, pecando.
E sei,
Que não quero ficar,
Diante de tudo, a salvo,
Mas, de outro feito, pecando.
S' eu sei,
Qu' é difícil seguir,
Sentindo-me na vida, calmo,
Sem persistir no qu' é pecado,
Pensei:
Eu devo admitir,
Que sou tão-só ser vivo frágil
E não sei viver sem pecado?
Obs: questão filosófico espiritual para refletir.
A parede se cala
Medo dá, onça irada
Fera de quadro pintado
Que tem o dente afiado
Riso de obra velada
A devorar a sala
Anos atrás, morei num local onde tinha um hospício, bem em frente à minha casa. Nele, havia um interno que todo dia pulava por cima do portão e fugia. Depois de muito trabalho, traziam-no de volta. Era sempre assim. Ninguém conseguia contê-lo. Um dia, resolvi dar minha sugestão. Na verdade, há muito eu reparava que o homem saltava sobre o mesmo portão, mas sempre de modo idêntico. Por isso, sugeri que deixassem o portão aberto, o que foi feito. Deu certo, pois o louco não mais fugiu. É que sua questão era, por algum motivo, pular sobre aquele determinado portão. A fuga era só uma consequência.
Não existe o "sem sentido". Há em tudo que existe, pelo menos, um sentido, até mesmo no que se refere à busca da total falta de sentido.
Tudo em mim a ti comove
Faça noite faça dia
Seja uma seja nove
Sou eu a tua via
Sou a tua poesia
O belo que se move
Numa boa empatia
Nobre céu que te envolve
Em meu som, tive esperança
Mas, de acordes, não passei
Hoje embargo a lembrança
De canções que não cantei
Eu, ao tempo em que canto
Ao redor, voz de vento
Chovo-me em eu de pranto
Desamor que invento
Mas um tempo de espanto
Eu, em paz, apresento
Saldo-me em eu de encanto
No amor de momento
Deixei de escrever besteira, prefiro escrever bobagens. Isso não é uma besteira? Estou confuso.