Luz é tanta
Que nuvens mergulham em mar
Que fogo farto quase faz secar
Que encanta?
Sonho de ser e querer suportar
Luz é tanta
Que nuvens mergulham em mar
Que fogo farto quase faz secar
Que encanta?
Sonho de ser e querer suportar
É fácil ficar sossegado
Quando se tem calçado
Penoso é vencer percalço
Quando se está descalço
Altura, perde o avião,
Será que vai bater no chão?
Será que Deus vai pôr a mão?
O amor de cada coração
Vai se juntando em oração
E, arremete, a salvação.
O voejar de um morcego
Medo da noite, provoca
Só fico em paz quando chego
Dentro de minha maloca
Não olhe para a face
Apenas disfarce
Não queira, ao espelho
Mostrar-se
Olhar-se
Ou mesmo dar-se
Sem antes, ao quadro, pintar-se
Jamais quero em minha vida
Ser quão fundo de um baul
Quero a onda refletida
Em perfil de luz azul
Luz mirante, vem supina,
Tinge o mar, brilha neblina.
Vem de longe, chuva fina,
E a noite não termina.
Grande onda, não é pura,
Água é como tinta escura.
Na cilada, a voz urge,
À distância, grita e turge:
Pesadelo de aventura!
Vem o barco da loucura!
Beba-se, límpido, o licor
Coma-se, nutridor, o sande
Para que volte o amor
Em cada alma que ora se expande
A porta importa
Sim, muito importa a porta
Ela nos dá passagem e coragem
Para entrar, sem grades, em novas realidades
Precisa, não, pensar perfeição
Abra-se, então, porta do coração
Deixando caída a folha
Há vento que sopra lento
Com outro, não resta escolha
É vento que vem raivento
Vem vento, vai vento
Não sobra tempo
Ao vão momento
Um belo dia, resolvi jogar na loteria. Vejam só, joguei e ganhei uma bolada! É que, após fazer minha fezinha, quando voltava para casa, e, com efeito, passava próximo a um campo de futebol, um dos jogadores chutou a bola de mau jeito, a mesma subiu demais, passou por cima do alambrado e desceu na minha direção e ... Foi assim que recebi uma bolada. Que azar, não?
Em vez de felicidade
Quero ser melancolia
Para me fazer saudade
E tristeza todo dia
Hoje minha realidade
Dá-me toda alegria
Mas, se a dor me invade
Bela é minha poesia